A maioria das dores crônicas na coluna podem ser amenizadas com método conservador, por meio de exercícios físicos e atividades de reabilitação adequadas
Estima-se que no país um em cada três brasileiros sofra de dores crônicas, sendo as dores na coluna uma das mais freqüentes, com maior prevalência no sexo feminino. O problema, que acomete pessoas em todo mundo, ainda é alvo de estudos, necessitando sempre de uma avaliação mais completa para se identificar as suas causas e qual o tratamento mais adequado. Quando se fala em dores crônicas na coluna, o leque de tratamentos e cuidados paliativos são inúmeros, para que o doente não necessite de cirurgia para resolver o problema.
De acordo com o ortopedista e especialista em coluna do HCor – Hospital do Coração - em São Paulo, Dr. Raphael Martus Marcon, a maioria das dores crônicas na coluna podem ser amenizadas ou resolvidas por meio de método conservador. “Quando pensamos em dores crônicas, existem diversas causas para as mesmas, desde as decorrentes de um processo degenerativo natural até as decorrentes de patologias graves com reflexo na coluna. Afastado uma patologia grave, no que diz respeito a tratamentos que amenizem as dores crônicas na coluna, as cirurgias são realizadas em último caso, quando o tratamento conservador a base de medicações, reabilitação e exercícios físicos não surtem resultados, sempre se respeitando o tipo de patologia do paciente”, afirma o especialista.
Entre as dores mais comuns na coluna estão as localizadas na região lombar, conhecidas como lombalgias, que podem ser amenizadas com o uso de medicações - tanto para uma fase aguda quanto para uma fase crônica - e reabilitação, como fisioterapia, acupuntura e RPG, por exemplo. Além disso, cuidados como atividade física regular e controle do sobrepeso também são importantes.
A maior parte das dores crônicas na coluna são decorrentes do processo natural de degeneração da mesma, que ocorre ao longo dos anos. Porém, patologias graves como por exemplo tumores, infecções e doenças reumatologicas/autoimunes também podem ser causa de dor. O processo degenerativo, numa fase mais precoce, pode de manifestar desde através da chamada lombalgia mecânica até a lombociatalgia, sendo esta última muitas vezes relacionada com uma hérnia de disco. Já numa fase mais tardia, pode se manifestar como uma lombalgia crônica, associada muitas vezes a um processo de osteoartrose da coluna ou como uma claudicação neurogênica - decorrente de um estreitamento do canal vertebral.
O especialista afirma ainda que a visita a um ortopedista é primordial para se identificar qual é a causa da dor crônica e definir, junto ao médico, a melhor forma de tratamento, de acordo com o tipo de doença existente. “Existem hoje diversos centros e clínicas especializadas que tratam dores crônicas, porém não é indicado que o paciente realize qualquer tipo de tratamento sem uma avaliação prévia de um especialista. Além disso, a auto-medicação acaba por camuflar alguns dos sintomas e não trazem benefícios ao doente. Os tratamentos conservadores são bem vindos desde que monitorados por uma equipe médica, que indique o melhor tratamento de acordo com cada patologia”, completa Raphael.
Cuidados que previnem dores na coluna
• Sente-se em cadeiras com encosto reto;
• Se tiver que ficar muito tempo sentado, levante-se a cada 50 minutos e faça alongamentos por pelo menos 10 minutos;
• Faça exercícios que alonguem e fortaleçam a musculatura do abdome, costas, pelve e coxas;
• Prefira modalidades de exercícios de baixo impacto como natação e hidroginástica;
• Não permaneça numa mesma posição por períodos prolongados, tente alternar as posições a cada meia hora, principalmente no trabalho;
• Evite colchões muito moles;
• Ao se abaixar para pegar objetos no solo, mantenha a coluna extendida, dobrando os joelhos para se alcançar o objeto;
• Controle a alimentação visando não aumentar muito de peso;
• Evite usar saltos muito altos.
Fonte: Hospital do Coração | 
