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Riscos nutricionais e hormonais da mulher atleta
 
 
As modalidades esportivas que mais comprometem o desenvolvimento das jovens atletas são a maratona e o atletismo
 
Apesar da idéia de saúde vinculada aos esportes, a prática intensiva e precoce de atividade física pela menina, pela adolescente e pela mulher jovem pode  trazer conseqüências graves à saúde das mesmas. “Tais alterações são verificadas com mais intensidade, quanto mais jovem for a atleta, e quanto mais prolongado for o tempo de vida da mesma em função de treinamentos intensivos e das exigências relacionadas a eles”, explica a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Citen, Centro Integrado de Terapia Nutricional.
A concomitância do início dos treinos intensivos com a fase de transição da infância para a vida adulta interfere profundamente na dinâmica dos hormônios femininos e  tireoideanos, no  hormônio de crescimento e nos corticosteróides endógenos.  “Além disso, ciclos viciosos de perda excessiva de peso associados a comportamentos alimentares inadequados completam um arriscado quadro de desnutrição, desaceleração do crescimento e infantilismo hormonal, o que impede o desenvolvimento da puberdade normal e pode trazer seqüelas importantes para a saúde hormonal e metabólica da mulher”, diz a endocrinologista.
 
Comportamentos alimentares inadequados
 
As jovens atletas formam, juntamente com as modelos, o grupo de maior risco de desenvolver comportamentos alimentares inadequados e transtornos alimentares. Treinadores, pais e colegas esperam e até exigem delas um peso, muitas vezes, impossível de ser alcançado ou mantido. “Muitas, ainda meninas, passam a fazer dietas restritivas e jejuns prolongados, intercalados com episódios de compulsão alimentar, vômitos auto-induzidos, uso de laxantes, diuréticos e medicamentos para emagrecer, chegando a desenvolver transtornos alimentares propriamente ditos, como anorexia nervosa e bulimia nervosa. Esse tipo de cobrança é oposta àquela dirigida aos meninos, que são encorajados a ganhar massa muscular e peso, com a finalidade de melhorarem suas habilidades físicas para o esporte”, conta a médica, que também é especialista em Transtornos Alimentares.
 
Algumas atletas nem entendem os riscos envolvidos na decisão de comer tão pouco. “Na verdade, estas meninas precisam de um volume calórico muito maior para manterem suas atividades, sem comprometer seus estoques de glicogênio muscular, o que as predisporia a dores musculares, contusões, hipoglicemias e alterações eletrolíticas. Complicações que, na maioria das vezes, comprometem o próprio desempenho da atleta”, explica Ellen Paiva.
 
Complicações hormonais
 
A desnutrição crônica associada ao baixo peso corporal, ainda na infância, interfere na produção dos hormônios sexuais, na função tireoideana e no próprio hormônio de crescimento destas jovens. “O resultado desta fórmula é  atraso na puberdade e uma desaceleração do crescimento em sua mais importante fase da vida, o que resulta em baixa estatura. Já as atletas que iniciaram os treinos, após o início da puberdade, podem apresentar ausência de ovulação, irregularidade menstrual e até completa interrupção das menstruações”, diz a endocrinologista.
 
A prática excessiva de exercícios físicos é uma característica de muitas pacientes anoréxicas e bulímicas. “Ou seja, os transtornos alimentares também podem ser diagnosticados em pessoas que, de uma forma ou de outra, estão engajadas em práticas esportivas exigentes e rigorosas”, afirma a diretora do Citen.
 
“Encontramos também múltiplas alterações endócrinas em mulheres atletas. Há alteração nos hormônios tireoideanos – que, geralmente, estão abaixo do normal - alterações no hormônio de crescimento e na produção de cortisol. Todas elas, em conjunto com o quadro de desnutrição e baixo peso atuam impedindo uma puberdade normal e inviabilizando o equilíbrio hormonal da mulher adulta”, alerta a endocrinologista.
 
Uma ameça maior: a osteoporose
 
Durante a adolescência e início da vida adulta, as mulheres têm o chamado pico de formação óssea, quando uma reserva preciosa de cálcio define a quantidade e a qualidade da massa óssea durante a vida adulta. “Essa reserva mineral propicia a proteção necessária para a fase da vida onde a perda óssea supera em muito a formação óssea – o climatério - reduzindo o risco de fraturas, tão comum nessa fase”, diz a médica.
 
Esse processo harmonioso de balanço mineral positivo – onde a formação óssea supera em muito a perda – pode ser rompido por vários fatores, todos eles passíveis de ocorrer com a jovem atleta. “Peso corporal muito baixo, exercícios físicos extremos, desnutrição e alterações hormonais se associam e assinalam o risco de que o comprometimento desse balanço positivo pode facilmente ocorrer, causando osteoporose, em uma fase tão precoce da vida. Com a associação dos transtornos alimentares - principalmente anorexia nervosa – a este quadro, podemos nos deparar com jovens com massa óssea de mulheres de 80 anos”, alerta a endocrinologista Ellen Simone Paiva.
 
Orientação nutricional da mulher atleta
 
Quando pensamos que o esporte traz consigo a marca da saúde, ficamos surpresos ao constatar o contrário. “Para evitar os riscos das três principais complicações da jovem mulher atleta – transtornos alimentares,  interrupção das menstruações e  osteoporose –  é preciso  reduzir a pressão sobre estas jovens – elas não precisam ser extremamente magras –  e implantar, desde o início dos treinos, um acompanhamento nutricional de qualidade, que englobe cuidados para evitar a desnutrição crônica e o baixo peso, assim como suporte psicológico adequado para prevenir e tratar  e as alterações da imagem corporal”, recomenda a médica.
 
Ellen Paiva observa, ainda, que manter as menstruações através dos anticoncepcionais não previne a perda óssea. “Efeito realmente eficaz só conseguimos com intervenções nutricionais, que permitam pequeno ganho de peso nas atletas muito magras, que voltam a apresentar ovulação e menstruações normais, com a conseqüente recuperação da massa óssea”, informa.
[3 de março]
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