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Um levantamento realizado pelo Clinic Check-up HCor – Hospital do Coração nos últimos três anos, com 2.957 pacientes na faixa etária de 30 a 55 anos, mostrou que 42,4% dos homens estão com colesterol LDL elevado (maior ou igual a 130 mg/dL, enquanto o recomendado é não ultrapassar a 100 mg/dL. Já entre as mulheres, 22,4% apresentaram colesterol maior ou igual a 130 mg/dL.
Atualmente, cerca de 20% da população mundial têm colesterol LDL acima do ideal. No Brasil, o problema atinge de 12% a 15% da população (aproximadamente 22 milhões de pessoas). O controle do colesterol é fundamental para evitar o risco de se desenvolver doenças coronárias. Elas ocorrem quando há a obstrução dos vasos sanguíneos pelo acúmulo de gordura depositado nas artérias coronarianas - responsáveis por levar oxigênio ao coração através do sangue. Além do colesterol elevado, há outros fatores de risco para doenças do coração como hipertensão, diabetes, fumo e pré-disposição genética.
“Por outro lado o colesterol desempenha importantes funções no organismo e faz parte da estrutura das células e da síntese de hormônios e de vitamina D. A maior parte do colesterol, cerca de 80%, é produzida pelo próprio organismo (no fígado) sendo transportado no sangue por meio de lipoproteínas. O restante vem dos alimentos que consumimos. Portanto, é sobre esses 20% que temos como interferir”, explica Cyntia Carla da Silva, Coordenadora de Promoção à Saúde do HCor.
Segundo a nutricionista, os níveis de colesterol aumentam quando ingerimos gorduras saturadas (como carnes, leite e derivados de leite), presentes também em alguns alimentos de origem vegetal (azeite de dendê, gordura de côco), além de gordura trans. Essa última é formada no processo de hidrogenação industrial, que transforma óleos vegetais líquidos em gordura sólida. “Suas principais fontes são os alimentos industrializados que utilizam gordura hidrogenada, como sorvetes, bolachas e biscoitos recheados. No entanto, a maioria dos alimentos que utilizavam gorduras hidrogenadas já modificaram a formulação e temos a opção desses mesmos produtos sem gordura trans”, esclarece a nutricionista.
Em contra-partida, as gorduras polinsaturadas presentes em óleos como soja, girassol e peixes como a sardinha, atum e salmão não aumentam o colesterol - da mesma forma que os alimentos ricos em gorduras monoinsaturadas como azeite, abacate e frutas oleagenosas (nozes e castanhas).
“Na medida em que o colesterol se deposita nas paredes das artérias, diminui o espaço para a passagem do sangue e, com o tempo, algumas delas podem ficar totalmente obstruídas. Com isso, ocorre, por exemplo, o infarto agudo do miocárdio ou a isquemia cerebral, conhecida como derrame. Para não chegar a esse ponto, o indivíduo deve procurar a orientação médica precocemente, pois a elevação do colesterol não costuma provocar desconforto até que a situação esteja bastante grave”, explica o cardiologista e supervisor do Clinic Check-up HCor, Dr. César Jardim.
Segundo o cardiologista, o ideal é começar a controlar o colesterol a partir dos 20 anos e repetir o exame a cada cinco anos se os resultados estiverem normais. “Quem tem parentes de primeiro grau com colesterol alto, sobretudo o pai ou a mãe, deve verificar seus níveis mais precocemente e, em algumas situações, até mesmo na infância. É fundamental fazer exercícios físicos regulares e ter uma alimentação saudável”, esclarece Dr. César Jardim.
Prevenção
“Prefira as carnes magras(grelhadas e sem pele) leite e derivados desnatados ou light e consuma frutas, verduras, legumes e cereais integrais diariamente (em especial o farelo de aveia), pois esses alimentos contêm fibras que ajudam a reduzir o colesterol ou diminuem sua absorção pelo intestino”, orienta Cyntia Carla da Silva.
Alimentos favoráveis e desfavoráveis para o controle do colesterol:
Favoráveis
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Desfavoráveis
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Leite desnatado, iogurte light ou desnatado
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Leite integral e iogurte integral
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Ricota, cottage, queijo minas frescal, requeijão light e queijos light com moderação
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Queijos amarelos e integrais, como mussarela, parmesão, provolone, brie, roquefort etc.
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Carne vermelha magra: alcatra, patinho, coxão mole, lagarto, filé mignon
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Carne vermelha gorda: cupim, picanha, costela, contrafilé, e miúdos (dobradinha, fígado etc.)
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Aves sem pele (peito, sobrecoxa, coxa)
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Pele de aves e miúdos como moela e coração
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Maionese sem colesterol
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Maionese comum
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Clara de ovos
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Gema de ovos
(máximo 2 unidades por semana)
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Peito de peru, linguiça de peru ou frango
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Linguiça, salsicha, salame, mortadela, presunto
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Biscoitos integrais, cream cracker, água e sal
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Biscoitos recheados e wafer
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Margarina sem gordura trans,
margarina com fitosteróis
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Margarina comum e manteiga
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Produtos light com moderação, marshmellow
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Creme de leite, leite condensado, chantilly
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Óleo de soja, canola, girassol, milho,
azeite de oliva
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Bacon, toucinho, leite de coco, banha vegetal (gordura vegetal hidrogenada), azeite de dendê
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Assados, grelhados, ensopados ou cozidos
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Frituras e preparações à milanesa ou à dorê
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Frutas, compotas de frutas, gelatina, pudim light
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Tortas, chocolate, bolos, quindim e pudim
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Peixes ricos em Omega 3: sardinha, salmão, atum e truta
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Frutos do mar: camarão, ostra, lagosta, lula, polvo, mariscos
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