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Hiperidrose: suor excessivo tem cura

 
Estima-se que o problema atinja de 1% a 2% da população brasileira 

 
A hiperidrose é uma desordem caracterizada por suor excessivo e ocorre geralmente nas mãos e axilas, mas também pode se manifestar em outras regiões do organismo, como na face e no couro cabeludo e nos pés. Em alguns indivíduos, o suor intenso torna-se incontrolável, podendo causar problemas profissionais, sociais e até mesmo psicológicos, levando a sérios constrangimentos.
 
“Sem dúvida é possível melhorar a qualidade de vida de quem transpira em regiões específicas do corpo como mãos e axilas”, afirma o cirurgião torácico dr. Ricardo Mingarini Terra, médico assistente do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e membro da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).
 
Há três formas de tratamento, explica o especialista, conforme o grau de incômodo que a sudorese proporciona ao indivíduo. Para casos mais amenos, em que o suor se excede apenas em períodos mais quentes, o tratamento medicamentoso – que age nos transmissores neurais e inibem a transmissão do impulso nervoso até as glândulas sudoríparas – é considerado uma boa opção, particularmente em pacientes com hiperidrose axilar.
 
“Os remédios não são totalmente específicos, portanto uma dose elevada pode oferecer alguns efeitos colaterais, como boca seca, retenção urinária e constipação. Cerca de 30% dos pacientes têm redução do sintoma de forma efetiva. Para os outros 70%, sem resposta ao tratamento, pode ser indicada a cirurgia”.
 
Simpatectomia
 
A simpatectomia é uma cirurgia minimamente invasiva, simples e efetiva, indicada a pacientes que suam em excesso nas mãos, axilas ou couro cabeludo e se sentem constantemente incomodados.
 
“São raríssimos os casos em que as regiões não ficam realmente secas”, comenta dr. Ricardo.
 
Entretanto, como qualquer procedimento cirúrgico, devem ser analisadas as vantagens e desvantagens. O benefício, sem dúvida, é a alta efetividade que a cirurgia oferece; já os contras englobam o fato de ser um procedimento cirúrgico – apesar de apresentar baixas chances de complicações – e a possibilidade de ocorrência da chamada sudorese compensatória.
 
“Como o próprio nome diz, a despeito da diminuição do volume de suor na região operada, outras partes do corpo, normalmente barriga e costas, podem ter volume de transpiração aumentado. Assim, é necessária uma detalhada conversa com o paciente durante as consultas que precedem a cirurgia.”
 
Botox
 
Outra estratégia utilizada para combater a hiperidrose é a aplicação de toxina botulínica, popularmente conhecida como botox. Segundo dr. Ricardo, a técnica também é bastante eficaz, principalmente na região da axila, apesar de ser um tratamento dolorido.
 
O método é temporário, explica dr. Ricardo, afirmando que o paciente permanece sem a sudorese por alguns meses. A tendência, portanto, é utilizar o botox como um controle da hiperidrose.
 
“É importante esclarecer que o especialista adequado para tratar a hiperidrose é o cirurgião torácico, plenamente capaz de informar e orientar os pacientes que sofrem da doença. Assim, creio que difundir tais conhecimentos à sociedade é de extrema relevância, já que existem ótimas alternativas para este incômodo”, finaliza dr. Ricardo.
 

[12 de fevereiro]
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